terça-feira, 18 de dezembro de 2012

As Rosas Escocesas



Não, não é esse o nome da banda, mas sim aquilo que eu lhes chamo. Simplesmente porque no auge das suas carreiras eram duas rosinhas (uma delas literalmente uma "rosa"), pois o seu sucesso foi breve. Ou melhor, o sucesso de ambas foi muito muito efémero.
Poderiam ser aclamadas de irmãs do Boy George, primas da Siouxsie Sioux, e feitas a partir de um tecido com padrão polka dots.
De quem mais poderia estar a falar senão das Strawberry Switchblade? Rose McDowall e Jill Bryson, duas girls de Glasgow que formaram a sua banda em 1981, a partir da qual obtiveram fama por volta de 1984/1985.




Confesso que aquilo que mais me atraiu neste duo de beldades "gothic lolita" foi principalmente o visual. Para além da beleza que ambas tinham, eu roí-me (e ainda o faço) de inveja dos seus guarda-roupas, das fitinhas no cabelo, das flores e das coroas de flores nos cabelos volumosos de tanto o ripar (como era habitual nos 1980's), das bolinhas e das rendas e do glamour exótico que elas me transmitiam. Contudo, assim que ouvi o primeiro e único álbum (Strawberry Switchblade- homónimo), apaixonei-me pelas vozes inocentes e estridentes de Rose e Jill, por toda a atmosfera pop e cutie do álbum e das letras, pelas sonoridades eletrónicas características dos anos 80, mas, acima de tudo, pela capacidade que elas tinham de fazer boa música pop.
Porém, retomando a naturalidade de ambas, Glasgow fez nascer a maioria das minhas bandas favoritas, e poucos são os grupos provindos dessa cidade que fazem música má. Penso que exemplos serão dispensados.

Capa do álbum, 1985

Relativamente ao álbum em si, a segunda track, Deep Water, é, possivelmente, das minhas favoritas do álbum e de sempre. Primeiro, porque tem o som do tilintar dos espanta-espíritos que são, normalmente, colocados no alpendre e que se ouvem em dias de chuva e de vento. Segundo, porque esses mesmos sons levam-me a relembrar toda a sonoridade de Disintegration (Plainsong, especialmente) dos The Cure, que é o meu álbum favorito de todos os tempos. Terceiro, porque a letra baseia-se no estado de debaixo de água, em afogamento (o que me leva a personagens míticas como Ophelia, de Shakespeare), e também baseia-se no mistério que as águas profundas de rios, mares, lagos, etc., normalmente são.
Outra música que gosto particularmente é Who Knows What Love Is, que deixa-me a sensação que é uma young teenager a cantar e não a mulher que Rose seria, naquela altura. Deixa-me uma sensação de conforto e de calor ao mesmo tempo, talvez porque a própria melodia provoca esses efeitos. Black Taxi, Michael Who Walks By Night são duas músicas que evocam-me mistério e a vida noturna. São também das minhas preferidas no álbum, com uma essência que me relembra o álbum Japanese Whispers, dos The Cure (vejo imensas reminiscências deles neste duo).
Por último, Trees and Flowers é uma das minhas canções favoritas deste grupo new wave, logo a seguir a Deep Water. É uma canção sobre o medo de edifícios altos (agoraphobia) de Jill Bryson, cuja minha perspectiva sobre a letra é muito irónica. Eu adoro flores e árvores e canto a canção como se as detestasse, talvez mais pela "expressividade do recurso estilístico". Simplesmente, acho as guitarras e a música em si mesmo cutie e faz-me sentir da mesma maneira que Who Knows What Love Is?.





Rose McDowall:


Jill Bryson:








Recomendo, com três estrelas e meia e amor, por mim

Besos e quesos, muchachos

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