Neste último período, eu tinha a mania de me sentar numa secção da biblioteca da minha escola, a secção de livros de Arte, e feliz coincidência, lá tinha uma colecção publicada há uns anos atrás pelo Público juntamente com a Taschen. O volume que mais me interessou, naturalmente, foi o da "Arte Fantástica". Foi a partir daí que comecei a folhear o livro de trás para a frente, da frente para trás, e comecei também a investigar acerca desse "movimento" artístico. Na pintura, nomes como Salvador Dalí, Paul Delvaux, René Magritte, entre outros, obviamente estariam lá, e eram nomes que eu já conheci muito bem. Porém, a natureza surrealista destes artistas não tocava a todos os nomes presentes naquele livro.
Hieronymus Bosch, um dos grandes percursores do surrealismo, isto é, foi a partir das suas obras que Salvador Dalí, Joan Miró, entre outros, se inspirariam para levar avante um novo movimento artístico, o Surrealismo. Bosch estava também presente no livro, isto quererá dizer então, que a Arte Fantástica não é uma corrente artística marcada por apenas uma década ou século: estendeu-se ao longo dos séculos, já que Bosch viveu no século XV. Para além deste autor inspirador, temos Francisco Goya, pintor da era Romântica, que inspirou outro nomes importantes do Surrealismo.
Contudo, isto seria só uma pequena introdução àquilo que quero falar.
O manifesto do mundo do sonho e do subconsciente é algo que se prolonga até aos dias de hoje, quer na música (dream pop, nomeadamente), literatura (realismo mágico, etc.) e, essencialmente, na pintura e escultura. Porém, muitos dos verdadeiros nomes importantes, pelo menos aqueles que fizeram obras magníficas, continuam enterrados debaixo do imenso e denso pó do tempo e do esquecimento. O melhor exemplo seja, talvez, Odilon Redon.
As suas obras são verdadeiros manifestos do imaginário simbolista, como
Compisition Flowers. São obras onde facilmente uma pessoa se poderá perder, mas também são obras onde uma pessoa
quer se perder. São atractivas devido à curiosidade que nos transmite, pois a maioria das suas pinturas estão carregadas de uma atmosfera de neblina e névoa. Faz-nos querer lá entrar, e assim que lá nos encontramos, nunca mais queremos de lá sair. O próprio o afirmou: "...deixo livre a minha imaginação no sentido de utilizar tudo o que a litografia pode me oferecer. Cada uma das muitas peças é o resultado de uma procura apaixonada do máximo que pode ser extraído da conjugação do uso do lápis, papel e pedra".
Deixo-vos com um conjunto dos meus quadros favoritos da sua autoria.
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Underwater Vision |
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Bazon, the artist's cat |
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Roger and Angelica |
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Decorative Pannels |
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Flower Clouds |
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The Reflection |
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Ophelia III |
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Ophelia 1900-19005 |
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Portrait Violette Heyman |
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Ophelia V |
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Papillons |
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The Stained Glass Window Allegory 1908
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The Predistinated Child |
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Composition Flowers |
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The Blue Veil
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Besos y quesos, muchachos!
Gosto muito.
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